A febre começou nos Estados Unidos. Agora, os produtos com o famoso óleo de argan já estão, literalmente, na cabeça das brasileiras.

A origem do óleo de Argan

A rainha Cleópatra já usava o óleo de argan para hidratar o cabelo e proteger a pele contra a secura do deserto. A árvore de mesmo nome, de cuja semente se extrai o óleo, vive até 200 anos no deserto do Marrocos. “São necessários 100 quilos de sementes para obter 1 litro do produto. Daí ele ser chamado na região de ‘ouro líquido’ ”, conta Gustavo Mafio, técnico da marca Orofluido.

Para que serve o óleo de Argan

Mas como o ingrediente, que ficou famoso com o lançamento dos produtos Moroccanoil, se tornou a paixão das celebridades? A cabeleireira Débora Melro, do Studio W, em São Paulo, tem uma teoria: “Ele garante aspecto saudável aos fios, com maciez, mechas disciplinadas e sem frizz”. Ainda fecha as escamas do cabelo, formando uma película que segura a hidratação e dá brilho.

Como usar o óleo de Argan

“Tudo que é bom para o couro cabeludo é bom para os fios, mas o contrário não se aplica”, avisa o médico tricologista Luciano Barsanti, de São Paulo. Mesmo tendo textura leve, o óleo de argan pode ser prejudicial se usado em excesso ou próximo à raiz, pois há risco de entupir os folículos capilares. O ideal é aplicá-lo apenas da metade do comprimento para baixo. Débora reforça: “É importante saber a diferença entre hidratação, nutrição e reconstrução e receber o diagnóstico exato do que o seu cabelo precisa”. Os óleos são tratamentos superficiais; fazem sucesso porque dominam o arrepiado e deixam os fios com aparência de bem tratados. No entanto, em alguns casos, podem acabar mascarando um problema mais grave, como a falta de queratina ou outros nutrientes. E não misture os produtos que levam o óleo de argan ao xampu, pois este pode ter a função adstringente anulada pela substância.

Como tratar o cabelo com óleo de Argan

Uma das propriedades do óleo (e que o fez estar entre os queridinhos dos cabeleireiros) é que ele tem ação múltipla: pode ser usado sozinho, como finalizador, combinado a outros produtos, com os fios secos ou molhados, antes da escova...
Na coloração “Acrescentar algumas gotinhas do óleo de argan à tintura, antes de aplicá-la no cabelo, diminui a agressão aos fios e deixa as mechas mais brilhantes e macias sem reduzir a eficácia ou a durabilidade da química”, afirma a cabeleireira Cris Dios, proprietária do salão Laces and Hair, em São Paulo.
No banho Para garantir hidratação, espalhe nos fios secos uma boa quantidade do produto, da metade do comprimento até as pontas, cerca de cinco minutos antes do banho. O uso é recomendado apenas para quem tem fios extremamente secos. A lavagem depois é indispensável, para evitar que as mechas fiquem oleosas.
Na máscara Pingue algumas gotas na máscara de tratamento que já está acostumada a usar. A promessa, comum a todos os cosméticos que contêm óleo de argan, é de que ele potencializa a ação de outros produtos, tanto os de hidratação como os reconstrutores.
Antes ou depois da escova Espalhe algumas gotas na palma das mãos e aplique no cabelo antes de usar o secador ou a chapinha. “Ele funciona como protetor térmico, prevenindo os danos causados pelo calor”, diz o hairstylist Didier Sé, do salão Marcos Proença, em São Paulo. Ainda pode ser usado depois da escova, como finalizador, para dar brilho e controlar o frizz.

Pacote completo

O óleo de argan não precisa ser usado só cabelo. A dermatologista Carla Vidal conta onde e como tirar proveito dele:
Pele
“Por ser rico em ácidos graxos oleico e linoleico, poderosos hidratantes, e em vitamina E, antioxidante, vale a pena acrescentá-lo na formulação dos cremes manipulados para rosto. O óleo de Argan ele restaura a camada hidrolipídica da pele, deixando-a mais firme e elástica”, afirma a dermatologista Carla Vidal, de São Paulo.
Unhas
Pingue diariamente algumas gotas do óleo de Argan nas unhas, massageando delicadamente, para fortificá-las. A responsável pelo benefício é, de novo, a vitamina E.
Via oralO consumo diário do óleo de Argan reduz o colesterol ruim (LDL) e aumenta o bom (HDL). Pode ser consumido em cápsulas manipuladas, de acordo com recomendação médica, ou na sua forma extra-virgem, encontrada em lojas de produtos naturais, como substituto do azeite de oliva – nesse caso, recomenda-se ingerir, em média, duas colheres de café diariamente.

Fonte: Claudia